Título: Onze Semanas
Autor: Ernani Lemos
Editora: Chiado (recebido em parceria ♥)
Ano: 2015
Páginas: 248
Nota: 5/5 + Favorito

A relação de amor entre duas pessoas, seja de mãe e filho, seja de marido e mulher, é desmedida por padrão. No início a empolgação se esforça para esconder todos os defeitos e no fim o cansaço faz esquecer todas as qualidades. Não há relacionamento em que uma pessoa veja a outra com justiça. Se existe alguém com quem nunca somos generosos, é com quem amamos. Que acontecimento poderoso consegue afastar mãe e filha por quase toda a vida? E que tipo de força é capaz de reaproximá-las nas fronteiras da morte? Da cama de hospital onde vive seus últimos dias, Claudia dá início a uma jornada dolorosa pelas experiências que moldaram a história dela e da filha, Meg. A mãe terá que ser mais rápida do que a morte para convencer a jovem a dividir confissões de uma vida marcada por um trauma. Manter-se viva e reviver a memória serão os desafios de Claudia para mudar o mundo das pessoas que mais ama. Com uma dose de mistério que fatalmente leva os olhos à próxima página, Onze Semanas é uma viagem de sensações viscerais que conduz o leitor inúmeras vezes, sem que ele perceba, ao papel dos personagens.

 ''Esse é um dos problemas do mundo. A gente quase nunca é capaz de saber como os outros vão se sentir. E, geralmente, ninguém se importa tanto.''

Agora Claudia está com câncer, estágio bem avançado. E quer desesperadamente saber mais sobre sua filha, ela quer contar toda a verdade e no mínimo, ter uma morte em paz, sem toda angústia que sofreu na maior parte da vida.

 ''Pense na coisa mais antiga que você é capaz de se lembrar... Se for um pensamento triste, vem daí esse vazio que te assusta agora.''

Revelações, segredos, problemas. Acho que isso resume bem todo o livro. Ernani soube mesclar perfeitamente todas essas coisas, causando exatamente o efeito esperado.
Toda a relação entre Claudia e Meg, a maneira como nada foi forçado e sim ocorrido como necessário, fez com que o livro entrasse com maestria em um dos meus preferidos.
Um livro triste, sim. Mas que trata sobre recomeços e segundas chances.

 ''Existe entre as pessoas uma escravidão de culpa. Após anos de ameaças e chibatadas invisíveis, que só machucam por dentro, muitos de nós se acostumam a carregar a culpa dos outros.''

Porém, enquanto conhecíamos o lado triste da história de Meg e Claudia, de outro um romance era desenvolvido entre Meg e John.
John era totalmente sarcástico! Considero ser impossível finalizar a leitura deste livro sem ter boas risadas e principalmente, lembranças. Sejam elas boas ou ruins.